Barómetro: Trabalhar em Marketing tira o sono?
31 outubro 2023
O clima está quente no Marketing, pelo menos é o que nos diz o barómetro do IPAM, realizado em parceria com a Briefing e com o apoio da APPM.

Os fatores que provocam mais preocupação aos profissionais das agências criativas são a desorganização no trabalho e a subvalorização do seu trabalho – do total, 66% afirma que dorme mal ou perde totalmente o sono ao pensar neles. Um terceiro elemento que retira o sono a mais de metade dos inquiridos das agências está relacionado com os clientes – a falta de foco, isto é, os clientes não saberem o que querem, retira o sono a 60%. A sobrecarga do trabalho também inibe o sono a cerca de metade dos colaboradores (48%).

“Estes quatro fatores estão altamente correlacionados. Assim, pode-se afirmar que uma boa relação entre os profissionais das agências criativas e os marketers é fundamental. É necessário que estes últimos valorizem o trabalho dos profissionais das agências, para que tenham um melhor foco e entendimento do projeto”, explica o IPAM, que acrescenta que é expectável que projetos melhor definidos irão conduzir a uma melhor organização e menor sobrecarga do trabalho dos profissionais das agências criativas.

A perspetiva salarial também inibe o sono a mais de metade (52%) dos colaboradores de agências criativas. Já uma perspetiva na carreira profissional retira o sono a apenas 38%. “Poderemos assumir que uma evolução positiva profissional não seja acompanhada com uma evolução salarial favorável”, justifica a Marketing Business School.

No caso da evolução da economia, esta apenas retira o sono a 36% da amostra. “É interessante que a maior parte dos inquiridos está satisfeita com o ambiente de trabalho, mesmo que considerem que há uma subvalorização e desorganização do trabalho, e que a perspetiva salarial não seja a melhor”, aponta.

Finalmente, o aumento da concorrência é o fator que menos preocupa os colaboradores das agências criativas – tira o sono a 14%.

Relativamente aos marketers, a avaliação dos seus fatores de constrangimento é semelhante à dos profissionais das agências criativas. Os elementos que mais preocupam os marketers são a subvalorização e sobrecarga de trabalho, que retiram o sono a 56%. De acordo com o IPAM, eles estão “altamente correlacionados”, podendo pressupor-se que os inquiridos, apesar do seu intenso trabalho, não se sentem reconhecidos.

Verifica-se que os marketers também sofrem com alguma falta de foco dos seus clientes internos. Afinal, 46% afirmam perder o sono porque os clientes internos não sabem o que querem – um fator que também está muito correlacionado com a subvalorização e sobrecarga de trabalho. “Pode-se assumir que existe alguma desorganização nas empresas que sobrecarregam os marketers, o que leva a trabalho extra, não havendo, depois, um reconhecimento profissional pelo desempenho”.

Um outro fator de constrangimento é a perspetiva de carreira profissional – inibe o sono a mais de 40% dos marketers. É interessante também referir que apenas um terço dos participantes (33%) se queixa do ambiente laboral. Por sua vez, a complexidade do marketing digital e o orçamento disponível para o mesmo tiram o sono a 28% e 27% da amostra, respetivamente. “Poderemos pressupor que o orçamento alocado pelas organizações para o digital possa não ser o adequado e necessário para a sua complexidade”, considera o IPAM.

Por fim, outros dois elementos que retiram o sono a uma menor percentagem é a evolução da economia (29%) e as expectativas da direção (21%).

Pode-se, assim, concluir que os trabalhadores das agências criativas e os marketers têm uma perspetiva bastante positiva das suas atividades, quer a curto como a médio prazo. Contudo, é interessante verificar que a perspetiva a longo prazo não seja tão positiva. Também não existem muitos participantes que sejam promotores de uma carreira profissional em agências ou empresas de marketing. “Uma baixa recomendação poderá estar ligada à existência de uma subvalorização e sobrecarga de trabalho, a uma perspetiva salarial não muito positiva junto dos profissionais das agências criativas, e a uma perspetiva de carreira profissional não tão boa junto dos marketers”, justifica o IPAM.

Leia o barómetro na íntegra na edição impressa da revista Briefing de setembro de 2023.

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